quinta-feira, 29 de maio de 2014
As estações da minha vida
O orgulho fala mais alto
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Ele procurava desesperadamente as chaves do carro. Como pôde esquecer onde guardara as chaves? Isso o fez sentir falta da época em que morava com a mãe. Ele tinha que sair de casa naquele exato momento, pois estava atrasado para o primeiro dia de faculdade. Depois de muito procurar, decidiu ir a pé mesmo, afinal, não era tão longe assim. Mas, mesmo não sendo tão distante, ele teria que correr, e muito. Pegou a mochila e saiu correndo em direção ao elevador. Apertou o botão uma, duas, três, milhares de vezes e nada de o elevador aparecer.
- Vou pela escada mesmo - disse para si mesmo, correndo para a escada em seguida.
Por sorte morava no terceiro andar, logo, não demorou muito a chegar no térreo, embora, ainda assim, estivesse ofegante.
Sam Mendez não era fã de atividade físicas, mas sabia que precisava sair do sedentarismo, pois ir a pé para os lugares estava virando rotina.
Pegou o caminho do parque, o qual costuma ficar vazio nas manhãs de quarta-feira, assim, não precisaria prestar tanta atenção para não esbarrar nas pessoas no seu caminho.
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Embora parecesse, Débora não era essa garota alegre que todos pensavam. Lá no seu íntimo, ela lamentava ter perdido aquilo, ou melhor, aquele que era tão importante para ela. Ah, como ele fazia falta no seu dia-a-dia. Mesmo que não se vissem todos os dias, se falavam em quase todos. E na época em que ainda tinham contato um com o outro, ficar sem falar com ele era como não poder respirar. E então ele se foi. Não se sabe para onde, não se sabe porquê. Ele simplesmente desapareceu. Não respondia as mensagens, não atendia nem retornava ligações... Era como se nunca tivesse existido. E, mesmo que isso tivesse acontecido há anos atrás, ainda doía, pois, depois dele, Débora nunca havia se apaixonado por mais ninguém.
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"De volta ao lar", Sam pensou enquanto passava em disparada por uma árvore. Estar de volta a cidade onde nasceu era realmente muito bom. Lhe despertava lembranças de uma ótima vida. Lhe despertava lembranças dela. Sam parou e se escorou em uma árvore, a mais velha de todo o parque, ofegante. Débora, Déh. Era dela que sentia falta, da sua morena. Lembrava-se bem do dia que saiu da cidade. Ele não queria que tivesse sido daquela forma, mas depois da morte de sua mãe, ele não aguentou, entrou em um caso grave de depressão. Seu pai foi orientado a levá-lo para longe de tudo o que pudesse lembrar sua mãe. E então ele foi levado para a casa de sua tia, onde foi proibido de manter contato até com o próprio pai, o qual achava um tratamento um pouco radical, mas faria tudo para o bem de seu filho.
Sam balançou a cabeça para afastar o pensamento e continuou sua corrida, pois agora já estava muito, muito atrasado. Somente com sorte entraria na faculdade.
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A praça estava vazia, assim como havia previsto. Seu passeio seria tão tranquilo quanto desejava. Mal sabia ela o que o destino havia lhe preparado para hoje. Ela caminhava calmamente pela pista de corrida, certa de que ninguém correria hoje. Provavelmente estariam todos trabalhando ou estudando a essa hora. E sua caminhada continuou até seu celular vibrar. Ela havia recebido uma mensagem. Pegou o celular na bolsa e desbloqueou a tela, mas antes que pudesse ver ao menos quem havia enviado a mensagem, foi surpreendida com um impacto que a derrubou no chão.
Durante a queda, Débora soltou um grito agudo e estranho, seu celular saltou de sua mão e caiu na parte asfaltada do parque, a bateria do celular caiu na grama. Depois de recuperar a consciência e processar tudo o que aconteceu, Débora percebeu que tinha um ser humano em cima dela, a impedindo de levantar.
- Mas o que...? - Ela disse. - Dá pra sair de cima de mim? - Gritou dessa vez.
- Me desculpa. - O menino disse enquanto se levantava, estendendo a mão para Débora logo em seguida.
...
Sam apressou-se em levantar e estender a mão para a menina que permanecia caída no chão. Ela a ignorou e levantou-se sozinha. Sam, por sua vez, recolheu sua mão discretamente.
- Você devia olhar por onde anda. - A menina disse, claramente aborrecida.
- Eu já pedi desculpas.
- Desculpas não irá fazer meu joelho parar de doer. - Ela disse limpando ao redor da ferida que se formou em seu joelho, erguendo a cabeça em seguida.
Sam congelou quando viu aquele par de olhos castanhos, o nariz fino, os lábios delicados. Aquele rostinho de boneca era inconfundível. Seu sangue fervia como mil sóis. Ele queria tê-la em seus braços de novo. Queria sua morena, sua baixinha.
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Débora não acreditou no que seus olhos viram. Seu coração batia tão forte que parecia que saltaria para fora a qualquer momento. Não poderia ser ele, poderia? Já fazia tantos anos... Não era possível que ele tivesse voltado logo agora. Mas mesmo assim, pensar que poderia ser ele lhe dava um misto de felicidade e animação. Ela tinha vontade de lançar seus braços ao redor de seu pescoço, o abraçar e nunca mais deixa-lo ir. Mas a questão era: se fosse realmente ele, será que ele se lembraria dela? Ela não queria passar por esse constrangimento, por mais que doesse a possibilidade de deixar o amor da sua vida ir embora novamente.
O mesmo se passava na cabeça de Sam: e se ela não se lembrar mais de mim? E se ela lembrar, mas me odiar por ter ido embora sem avisar, por não ter dado notícia? Ele não queria passar por esse desapontamento.
Então, ficaram ambos parados, com os olhos fixos um no outro, pensando se deveriam ou não dizer alguma coisa, ou se deveriam simplesmente voltar a andar como se nada tivesse acontecido. E, por fim, a segunda opção prevaleceu. Sam continuou seu caminho para a faculdade, ainda que sua cabeça estivesse na menina de cabelos castanhos. E Débora seguiu o caminho contrário de Sam. Tomaram caminhos opostos, mas o sentimento era o mesmo: arrependimento. Arrependimento de não ter aproveitado a oportunidade, por ter deixado o orgulho falar mais alto.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Primeiro e último amor
O céu já estava escuro. Algumas estrelas brilhavam aqui e ali, quebrando o preto intenso vindo do alto. O amanhecer estava perto. As ruas por onde passaram, ainda vazias, logo estariam cheias de trabalhadores. Vítor dirigia em alta velocidade, o que deixava Sofia nervosa. Ele estava sumido, não deu notícia nas últimas semanas e hoje a acordara com uma estranha ligação no meio da madrugada, a chamando para um passeio. Sofia, mesmo que receosa, aceitou. Vestiu seu casaco cinza, prendeu o cabelo de qualquer jeito e foi ao encontro de Vítor, que já a esperava do lado de fora. E agora estavam ali, passando por ruas que ela não conhecia, indo em direção à parte menos habitada da cidade. Embora Sofia depositasse toda sua confiança nele, sua parte consciente gritava em alerta, dizendo-a para que pulasse daquele carro e corresse para longe de Vítor. Mas ela teimava em acreditar que ele nunca seria capaz de fazer mal algum a ela.
Vítor, ao contrário de Sofia, estava calmo, mesmo que sua expressão demonstrasse preocupação e nervosismo. Mesmo sem olhar diretamente para ela, Vítor pôde sentir o medo de Sofia. Ele não queria que ela estivesse assim, pois, por mais estranho que fosse o convite, eles se conheciam há anos, tinham uma longa história juntos. "O mínimo que se espera disso é um pouco de confiança", ele pensava.
Sofia não havia olhado para ele nenhuma vez desde que estraram no carro. Já Vítor, a olhava pelo canto do olho, para ver sua expressão facial, mas tudo o que via era sua cabeleira ruiva. O silêncio reinava dentro do carro e nenhum dos dois atrevia-se a quebrá-lo.
Sofia estava ficando inquieta, pois o local em que estavam era praticamente deserto, habitado apenas por homens desonestos e abandonados. Quanto mais avançavam, menos luz havia pelo caminho, a quantidade de postes de iluminação iam diminuindo, até que chegou o momento em que os faróis do carro eram a única fonte de luz.
Vítor parou o carro, o que provocou em Sofia uma onda de alívio e desespero. Ele colocou o carro em ponto morto, tirou o cinto de segurança e virou-se para Sofia. Ela permanecia com a cabeça encostada no vidro da janela, olhando para o lado de fora.
- Sofia. - Vítor chamou, fazendo-a levantar a cabeça e olhar para ele. - Você está bem? - Perguntou preocupado, observando sua expressão amedrontada.
- Sim. Só estou com um pouco de sono. Só isso. - Ela respondeu, mas ambos sabiam que era mentira. Ele continuou a observá-la, o que fez Sofia corar e desviar o olhar, o qual antes miravam as duas pérolas verdes que Vítor tinha no lugar dos olhos. - Não vai dizer porque me trouxe aqui? - Ela perguntou olhando para as próprias mãos.
- Ah, sim. Claro. - Ele disse desviando o olhar por alguns poucos segundos, logo voltando a encarar o rosto delicado de Sofia, cobertos por alguns cachos ruivos rebeldes que se desprenderam. - Quero lhe mostrar uma coisa. - Disse finalmente.
- Tudo bem. - Sofia disse sem erguer o olhar.
- Tudo bem mesmo? - Vítor ainda tinha em sua cabeça que ela não tinha confiança nele. E ele não queria obrigá-la a ir em lugar algum. Isso era para ser um passeio agradável. Sofia apenas assentiu e eles saíram do carro.
Andaram em silêncio por alguns minutos. Aquela situação chegava a ser constrangedora de tão estranha. Geralmente, quando estão juntos, silêncio é uma coisa não que existe. Os diversos assuntos surgem de todos os lugares e sempre geram risadas. Mas dessa vez era diferente. Sofia estava com medo demais para conseguir dizer alguma coisa e, mesmo que conseguisse, não queria correr o risco de irritá-lo, pois ele poderia fazer-lhe mal. E Vítor não queria correr o risco de assustá-la ainda mais, pois o medo já estava estampado em seu rosto. Para Sofia, a aparência daquelas ruas só deixavam toda aquela situação mais amedrontadora: casas abandonadas, nenhuma iluminação, uma escuridão sinistra, sem falar nos barulhos estranhos e frequentes.
- Chegamos. - Ele informou.
- Era isso que queria me mostrar: um portão de ferro? - Eles estavam diante de um portão de ferro que tomava conta de quase toda parede e não os deixava ver o que tinha por trás dele. Ele sorriu.
- Paciência gafanhoto. - Sofia revirou os olhos e Vítor riu de sua impaciência, o que a fez relaxar um pouco.
Vítor a afastou gentilmente do grande portão e o abriu.
- Uau! - Exclamou Sofia.
O lugar não era muito grande, nem muito bonito. Tinha um aspecto abandonado e cheiro de mofo. Tudo o que continha ali estava coberto de poeira e teias de aranha. Mas o que chamou a atenção de Sofia não foi o local em si, mas sim a bela vista que eles tinham dali. Somente naquele momento ela percebeu que eles haviam subido durante todo o caminho. E dali de cima, era possível ver toda cidade.
- Eu venho aqui desde que tinha 8 anos. - Vítor disse a acompanhando até a beirada, de onde teriam uma visão mais ampla da cidade.
- Por que nunca me contou?
- Porque eu precisava de um lugar só meu. Tudo o que eu tenho eu divido com alguém, até mesmo os meus segredos. Eu sentia falta de ter alguma coisa só minha.
- E por que resolveu me mostrar isso agora? - Sofia perguntou desviando seu olhar da cidade, e voltando-o para Vítor, o qual estava com o olhar fixo no horizonte.
- Porque está na hora de eu dividir tudo o que tenho, pois daqui a alguns dias nada mais será meu. - Ele respondeu, sem nunca desviar o olhar da cidade. Esse diálogo, ainda que pequeno, já estava assustando Sofia.
- O que quer dizer com isso? - Ela perguntou, ainda que tivesse medo da resposta. Vítor ficou em silêncio por alguns segundos, então suspirou e finalmente respondeu:
- Eu vou embora, Sofia. - Essas palavras a atingiram como um soco no estômago.
- Embora? Mas para onde? Por quê? Seja onde for eu vou com você. - Disse decidia e desesperada.
- Ah, Sofia! - Ele sussurrou abaixando o olhar. - Você não pode ir comigo. - Completou.
- Mas você vai voltar, não é? - Vítor, ainda de cabeça baixa, soltou um riso fraco e balançou a cabeça em negação.
- Essa é uma viagem sem volta, Sofi. - Ele a chamou pelo apelido pela primeira vez na noite. A garganta de Sofia se fechou. Ele era seu único amigo, seu primeiro amor. Ela tentava segurar as lágrimas, mas elas eram teimosas e acabaram por vencer e rolarem por seu rosto.
- Como você pode me abandonar assim? Depois de tudo... - Ela gritava. Sua voz saiu estranha e embargada.
- Eu não tenho opção, Sofia. - Ele alterou a voz e virou-se para ela. Vendo seu rosto encharcado pelas lágrimas, suavizou sua expressão e suspirou profundamente, buscando acalmar-se. - Sofi... - Sussurrou acariciando seu rosto com a mão direita, enxugando suas lágrimas. Ela fechou os olhos, aproveitando cada momento de seu toque. - Você precisa me ouvir. - Completou no mesmo tom de voz. Era difícil para ele dizer aquilo. Mas difícil do que qualquer coisa que ele já fizera na vida.
Ela era a pessoa mais especial da vida dele. Quando todos viraram as costas para ele, o vândalo, o sem futuro, aquele que todos achavam que não tinha mais esperança de melhora, ela chegou e o mudou. Ela viu o lado bom no meio de todo aquele mal. E agora tinha que abandoná-la, deixá-la sozinha. Ele devia muito a ela, mas nunca teria a chance de pagar. Ele, já angustiado por não conseguir encontrar as palavras certas, a puxou pela cintura e a beijou. O beijo mais intenso e apaixonado que eles já deram. O melhor de todos, com certeza. E provavelmente, um dos últimos. Vítor separou seus lábios e a abraçou.
- Eu estou morrendo, Sofi. - Sussurrou em seu ouvido. O coração de Sofia parou naquele momento. Ela queria acreditar que tinha escutado errado. Saiu do abraço e observou o rosto de Vítor. O sol nascente refletia na metade do rosto de Vítor, fazendo seus olhos parecerem mais claros do que realmente são.
- Morrendo?
- Eu tenho câncer, Sofi. Estou em estado terminal. - Ele disse sem olhá-la.
- Por que não me disse antes? - Sua voz quase não saía, pois as lágrimas ameaçavam cair novamente.
- Não queria te preocupar, nem te assustar. Queria que nossos últimos dias fossem normais e especiais. Queria esquecer dessa maldição quando estivesse com você. - Agora Vítor que estava quase chorando. - Nessas últimas semanas, eu preferi ficar sozinho para tentar descobrir como te contaria isso. - Ele finalmente cedeu e deixou as lágrimas rolarem. - Se eles estiverem certos, eu só tenho mais essa semana de vida. - Agora ela é quem secava as lágrimas dele.
- Eu sinto muito. - Foram as únicas palavras que ela encontrou para dizer. Ele a abraçou novamente e disse em seu ouvido:
- Você foi meu primeiro amor, Sofia. E também será o último.
Razão e emoção na solidão
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Nos vemos do outro lado
Um texto sobre amor
sábado, 10 de maio de 2014
Fim, partida, morte, saudade, luto...
A despedida é uma das piores coisas que existem. Até hoje nunca encontrei ninguém que dissesse: "Despedidas? Amo! Melhor coisa inventada até hoje.". Fala sério... Quem é que gosta de despedida? Ver aquela pessoa querida partir, aquela que passou tantos momentos com você, aquela que te emocionou, te fez rir, chorar, sofrer, festejar, comemorar em cada página, em cada palavra ao longo da história. Aquele casal perfeitinho sendo desfeito por causa do típico intercâmbio... Malditos intercâmbios. O momento mais deprimente: a despedida no aeroporto. Todo aquelo melodrama, aquele lance meloso de um casal que se ama se separando. Eu não sei vocês, mas eu choro rios de lágrimas.
E quanto a morte? Despedida definitiva. Morte é morte... Não tem volta. A personagem simplesmente se vai e não volta nunca mais. É aquele tipo de despedida que realmente acaba com você. E, na minha opinião, é ainda mais horrível quando você pensa que você conhece o caráter da personagem, você sabe o quão incrível ela é, mesmo que seja uma vilã, o fato é que você gosta da personagem, mas você não pode conhecê-la de verdade, não pode realmente estar com ela, porque ela não existe. E mesmo ela não existindo, quando ela deixa de existir, você sofre.
O fim. Ah, o fim... A única parte que supera a morte de uma personagem. Quando uma personagem morre, a vida dela acaba (sério? não me diga...), mas quando uma história acaba, a vida de todos acaba, inclusive a nossa. Por muitas vezes eu ouvi pessoas falarem: "O livro foi feito para nos entreter, nos tirar da realidade", e eu concordo plenamente. O livro é o nosso mundo alternativo, mesmo que muitas vezes relate a realidade. Sendo ele nosso mundo, quando ele acaba, nosso mundo acaba e sem mundo, não podemos existir, logo nós também acabamos. Nós deixamos de existir, assim como cada personagem.
Talvez aqueles que não são leitores me achem maluca por dizer coisas assim. Talvez até os leitores me achem maluca por dizer essas coisas, mas essa é a minha realidade. Pode ser apenas um drama meu, ou talvez seja porque estou muito sensível e sentimental hoje, mas é o que se passa em minha mente, é o que eu sinto quado leio.
Lágrimas
E não necessitam de explicações
Elas por si só falam
Mesmo sem palavras
Sentimento a elas não faltam
Elas transmitem a dor da alma
Liberando às vezes a calma
Elas rolam nos rostos
Trazendo uma mensagem
Mensagem muitas vezes não ditas
Por razões de alma aflita